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domingo, 29 de julho de 2012

Quem é de Quem?


É muito engraçado como nos tornamos escravos e dependentes da tecnologia, em tudo ou quase tudo que fazemos dependemos desses recursos tecnológicos. Seja ele um computador, uma TV, um rádio ou o bendito telefone celular, esse último nem se fala, virou um acessório quase que obrigatório para todos, homens, mulheres, crianças, enfim, todos sem exceção.

Dias desses, indo para o trabalho de Metrô comecei a reparar no meu entorno o que estava acontecendo, não que fosse da minha conta a conversa alheia, mas foi inevitável, pois estava conversando com minha esposa e não conseguia escutar o que ela me falava, tamanha a conversação que estava acontecendo no vagão e, o pior não é isso, não estavam conversando com alguém que estivesse ali do lado e sim no telefone celular, tinha naquele momento cinco pessoas falando ao mesmo tempo em menos de dois metros quadrados, uma baita confusão, maior zum, zum zum....

Foi aí que desisti da minha conversa, fiquei quieto bisbilhotando os assuntos já que o meu eu não conseguia concluir, tinha vários temas, um jovem discutindo com o consórcio o que ele poderia pegar com sua carta de crédito, uma moça falando de uma briga conjugal de uma amiga e outro rapaz falando de um affair que ele conquistara no serviço,  por fim os outros dois camaradas que escutei meio por cima, sem conseguir descobrir maiores detalhes, esses eu fiquei curioso, pareciam estar confidenciando segredos, que me aguçou ainda mais minha curiosidade que logo terminaria pois parte desses que conversavam tiveram de desembarcar na Estação Sé do metrô levando consigo aqueles assuntos que eu presenciara.

Quando tive de descer na estação Anhangabaú me peguei a pensar como eu era bisbilhoteiro, o que eu tinha a ver com toda aquela conversa se eu não tinha sido chamado, fiquei pensando também no affair do rapaz no serviço, se ela era bonita ou não e coisas assim. Subi as escadas rolantes e quando chequei ao vale do Anhangabaú passei a pensar em outras coisas, voltei à vida normal sem tentar imaginar a vida alheia  e seguir meu caminho voltando à realidade e sem criar novas fantasias que a cidade nos proporciona.


Por fim pensei, trabalhamos  e consumimos sem pensar em tudo que a nossa grana permite. Só que naquele momento meu maior sonho de consumo era não depender tanto dessa tecnologia, pois depois desse advento nossas vidas se tornam  cada dia mais pública, tirando nossa privacidade e particularidade. É esse o preço que pagamos.

2 comentários:

  1. Zum , zum , zum inspirador...esse cotidiano é o maior combustível para suas crônicas. Muito interessante...

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  2. KKKK realmente somos todos iguais ja me peguei observando os outros no metrô ali imagino suas pendências , vontades, dificuldades; é assim mesmo a tecnologia só nos amplia as possibilidades, uma vez que nós mesmos, postamos nossas vidas, ou pelo menos o queremos que pensem que são. Gostei do texto mas contemporaneo impossível.

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