facebook

sexta-feira, 29 de março de 2013

Rio Branco...




Das duas uma, Ou é inferno astral ou eu estou me afeminando, pois de uns tempos prá cá estou com a sensibilidade à flor da pele.

Dias desses voltando de um delicioso e exuberante almoço, passando pela Avenida Rio Branco, se bem que de glamuroso hoje esse lugar não tem nada, muito menos o restaurante em que almoçamos, pois o mesmo fica na Rua Aurora esquina com a Guaianases. Imagine o cenário, lojas de peças e assessórios para motocicletas de procedência duvidosa e aquela limpeza toda da boca do lixo paulistana. Enfim, mais exótico e estranho que isso impossível.


Voltávamos para o trabalho eu a esposa e um amigo e  quando passamos pela a Avenida Rio Branco, fui submetido por um grande saudosismo, lembrei-me de quando rapazinho ia até a referida avenida para tratar da minha deficiência visual, nesse lugar tinha uma clínica que vendia lentes corretivas, pois meu problema não foi solucionado depois de anos de tentativas no Hospital Das Clínicas  Fazer o que? O que me restou foi essa lente mesmo, pelo menos corrigiu esteticamente minha deficiência.

Compartilhei esse saudosismo com os companheiros de almoço, falei da minha mãe que se deslocava quilômetros para me tratar e da possível fortuna que ela gastara para o meu conforto estético, já que a visão não tinha jeito mesmo. Esse tipo de coisa, fiquei com um nó na garganta ao relatar essa minha história.

Ouviram atenciosos minhas lembranças e ai vem a generosidade do amigo.

- Que legal, isso foi muito bom pra você, cresceu sem traumas e se tornou uma pessoa legal.

Respondi de pronto para acabar com aquela melancolia pós almoço.

- Legal nada, na minha adolescência não comia ninguém por conta desse meu pequeno probleminha, só fui resolver minha virgindade depois que conheci minha linda e adorada esposa depois dos meus 28 anos.

O carro ficou em silêncio e continuamos nosso caminho. Sorrimos, ficamos quietos ouvindo a música que tocava no carro e voltamos ao trabalho, só que agora com a barriga bem cheia  e a cabeça voltada a lembranças e saudades daquele tempo de criança.

Só sei que foi assim...

2 comentários: