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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

ESCAMBO.



A palavra escambo pra mim já estava em desuso, pois sempre que eu a mencionava dizia respeito à matéria que estava discutindo com alunos, e como não estou dando aulas de história ela ficou meio de escanteio.

Pra minha sorte ou  azar, de uns tempos pra cá ela voltou à tona não porque eu queira, e sim por motivos mais que justificáveis.

Depois do lançamento do meu livro Justa Palavra passei a frequentar rodas de discussões literárias, saraus e lançamentos de livros de colegas e também não colegas. Isso sempre com a esperança de, num desses encontros eu também vender o meu peixe.

Sempre que vejo um convite para um desses eventos logo penso na possibilidade de mostrar meu modesto trabalho, coloco alguns exemplares na mochila sempre com a esperança de conseguir vender ao menos um, se isso acontecer, pelo menos a condução é garantida, penso eu.

Só penso mesmo. Do mesmo jeito que saio de casa eu volto, sempre com o peso da mochila e do pensamento.

Sou tão bom vendedor como escritor, volto na maior frustração desses encontros, ou melhor, voltava.

Diante dessa minha incapacidade de vender meus livros eu passei a adotar outra medida. Comecei a mostrar timidamente meu livro a outros colegas, que também estão na mesma luta, isso sempre no intuito de aguçar a curiosidade e a compra. Tentativas essas sempre sem sucesso, pois assim como eu esses colegas também devem sair de casa com a mesma intenção, coitados de nós.

Bom, venda que é bom nada. Sabido disso resta agora à última cartada, já que estamos todos com o mesmo objetivo que é vender os livros e poucos se manifestam para comprar sempre rola a proposta, não indecorosa é claro. Aí um fala:

- Vamos fazer um escambo?

Eu topo na hora, independente do que se trata o objeto de troca, aceito livros,CDs, cartilhas o que tiver eu faço na hora a transação, já que as vendas não rolam e não consigo arrecadar nada, pelo menos eu saio dos encontros municiado com novos livros e de quebra uma nova amizade.

E assim se encerram meus encontros literários, saraus e lançamentos de livros que vou. Normalmente com a mesma quantidade de livros que saio de casa, só que invés de voltar com os meus livros eu volto também com as obras desses novos e solidários colegas das letras e da luta.

Isso é o que nos resta, ou melhor, é o que tem restado pra mim e que na verdade tenho gostado muito. E como tenho gostado.

Quem disse que só dinheiro se compra algo? O escambo está de volta, pelo menos para os escritores e artistas desses encontros.

Rola um escambo aí?!.



         ..............CONTINUA..................





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